Um aumento médio de 10% na geração de resíduos domiciliares e urbanos. Este foi o saldo dos brasileiros em 2019, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Em outras palavras, a quarentena, em função da pandemia de covid-19, levou as pessoas para dentro de casa, especialmente com o home office, o que influenciou a geração dos resíduos domiciliares.
Primeiramente, você sabia que a reciclagem ainda é um grande desafio no Brasil e a implementação de coleta seletiva no condomínio é uma importante via para ajudar a mudar esse cenário?
Conheça neste artigo os reflexos positivos da coleta seletiva e veja como é possível organizar no condomínio um sistema eficaz de separação de resíduos.
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Por que fazer a coleta seletiva?
Entender sobre reciclagem é um dos primeiros passos para reconhecer a importância do assunto.
Segundo uma pesquisa do Ibope, de 2018, 66% da população sabe pouco ou nada sobre coleta seletiva, e 39% não separam os resíduos.
Enquanto isso, o resíduo em decomposição pode gerar substâncias até 10 vezes mais poluentes que o esgoto. Quando descartado de forma irregular, é responsável por criar substâncias tóxicas que ao atingir lençóis freáticos contaminam o solo e a água.
Nesse sentido, preservar o meio ambiente também passa pela coleta seletiva nos condomínios. Isso envolve um conjunto de ações para recolher os resíduos depois que moradores fazem a separação de acordo com cada tipo de material.
Antes de tudo, entenda que o resíduo pode ser reciclável, como metal, papel, papelão, plástico e outros, ou então não reciclável, classificado como rejeito.
O que preciso saber antes de começar?
Você provavelmente já viu em espaços públicos, prédios e comércios aquelas lixeiras de diferentes cores que incentivam o descarte correto.
Além de compreender a divisão dos resíduos, é importante entender o que é reciclável. Por isso, saiba que embalagens sujas perdem a sua capacidade de reaproveitamento, então aquele pote de iogurte deve, sim, ser lavado antes de ir para a lixeira.
Por exemplo, muitos lugares fazem a divisão entre itens úmidos e secos, ou então recicláveis e orgânicos. Por outro lado, entender as cores também facilita o processo sobre como é feita a coleta seletiva nos condomínios:
- Azul: papel/papelão
Jornais, revistas, impressos em geral; caixas de papelão e embalagens longa-vida.
- Vermelho: plástico
Garrafas, embalagens de produtos de limpeza; potes de cremes e xampus; tubos e canos; sacos, sacolas e saquinhos; metalizados, como embalagens de biscoito. Nestes aqui, busque sempre lavar as embalagens.
- Verde: vidro
Frascos, garrafas e vidros de conserva. Lave as embalagens.
- Amarelo: metal
Latas de cerveja, refrigerantes e sucos; esquadrias e molduras de quadros. Tente amassar ou prensar as embalagens.
Outros tipos (não tão comuns em espaços coletivos):
- Preto: madeira
- Laranja: resíduos perigosos (pilhas e baterias, por exemplo)
- Branco: materiais de hospitais e serviço de saúde
- Roxo: radioativo
- Marrom: orgânico
- Cinza: não reciclável, contaminado ou que a separação não é possível
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Como fazer a implementação de coleta seletiva no condomínio?
Toda a ação deve começar com um importante passo: o planejamento.
Separamos 5 tarefas importantes a seguir:
Crie uma comissão
Para que o síndico faça essa mudança acontecer, o ideal é que seja criada uma comissão.
Então, defina em assembleia e garanta que seja formada por moradores. Além disso, essa mesma assembleia deve aprovar a prática sustentável no condomínio.
Ao mesmo tempo, essa comissão é responsável por iniciar o planejamento, começando por avaliar se o local tem condições para receber o sistema de coleta seletiva. Especifique quais materiais podem ser coletados e oriente os funcionários para que não sejam misturados.
Lembre-se que esse trabalho passa pela conscientização. Somente o esforço coletivo pode fazê-lo ser um sucesso.
Portanto, síndico, faça todos ficarem sabendo da importância de separar o lixo e informe sempre os passos para implementar a coleta seletiva: o que deve mudar, manutenção e resultados gerados para todos.
Envolvimento é a palavra de ordem
Engaje os moradores, amplie a informação, faça a comunicação dessa ação girar.
Simultaneamente, mostre resultados que irão incentivar a adesão.
Para isso, crie um monitoramento indicando a destinação do material, além da quantidade e qualidade dos materiais recicláveis que foram gerados no condomínio.
Organize o armazenamento
Conforme a Associação Brasileira dos Condomínios, a Abrascond, antes de fazer a implementação da coleta seletiva no condomínio, existem três aspectos a observar: armazenamento, prevenção de incêndios e equipe treinada.
De antemão, no campo do armazenamento, é preciso entender a quantidade de materiais recicláveis descartada pelo condomínio e o planejamento deve passar por isso. Identifique esse volume e encontre o espaço ideal para armazenar os resíduos.
Verifique, também, quantos coletores serão necessários para cobrir o volume e como é, hoje, o fluxo de descarte por parte dos moradores.
Juntamente com isso, manter o ambiente limpo, sem mau cheiro e evitando a proliferação de ratos, baratas ou outros insetos transmissores de doenças, é uma prioridade.
Frequentemente você verá que os condomínios acabam optando por contêineres de plástico, pois facilitam o manuseio. Porém, tenha atenção ao local em que serão disponibilizados. Segundo o Corpo de Bombeiros, é proibido que qualquer objeto fique em espaços interferindo na passagem das escadas.
Dica: organize os contêineres próximos de elevadores de serviço, no subsolo ou próximo à garagem.
Atenção à prevenção de incêndios
Tenha em mente uma importante dica de segurança: papéis e plásticos são materiais de alta combustão. Todo o cuidado é necessário para evitar incêndios.
Imediatamente, informe às seguradoras sobre o armazenamento desses materiais no condomínio para que, caso algum acidente ocorra, seja feito o ressarcimento compatível.
Ao contrário, se a informação for omitida, a seguradora estará legitimada a não cobrir eventuais prejuízos, que passam a ser exclusivamente do condomínio.
Faça treinamentos com a equipe
Por outro lado, garanta um serviço eficiente para que todos os processos da coleta seletiva funcionem em sintonia. Isso passa também pelo treinamento dos profissionais da limpeza e/ou aqueles que estão responsáveis por manipular os materiais descartados.
Da mesma forma, eles precisam atuar com equipamentos adequados, serem remunerados por trabalhar em ambiente insalubre, além de qualquer outra medida que assegure o exercício profissional com segurança.
Por fim, espalhe a ideia do consumo consciente.
Comprar e consumir apenas o que é necessário, além de priorizar itens que não impactam negativamente a natureza são ideias importantes de serem compartilhadas para uma vida em condomínio mais ecologicamente correta.
Definitivamente, não estamos falando de uma tendência. A coleta seletiva é um comportamento permanente. O mundo precisa disso e nós precisamos ser protagonistas das atitudes para mantê-lo em plena capacidade.
Pense em como você pode reduzir o consumo. Reutilize sempre que possível. Separe seu lixo e recicle.
Incentive e apoie as ações sustentáveis em seu condomínio. Esse é um compromisso que deve ser firmado por síndicos e moradores para uma boa gestão e um ambiente saudável e exemplar.
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Fonte: Síndico In